segunda-feira, 18 de junho de 2012

Sobre vidas humanas


Segue notícia do site ACAPA: Na madrugada do último domingo (17) um grupo de travestis foi atacado a tiros em Belém. Elas estavam num ponto de prostituição da cidade quando dois homens numa moto passaram atirando. Uma delas recebeu um tiro no tórax e morreu na hora. Outras duas foram atingidas nos braços e nas pernas e estão hospitalizadas. Outras travestis estavam no local, mas conseguiram escapar dos disparos. A que não sobreviveu se chamava Bianca e tinha entre 23 e 27 anos, de acordo com a Polícia Militar. A vítima ainda não foi identificada pela família. As outras duas que foram atingidas não correm risco de morte”




Antes de ser gay, sou um sujeito a favor da liberdade.

Não sei se isso tem a ver com o fato de ser “viado”.

Mas sei que se tivesse outro modo de viver minha sexualidade não gostaria de pensar de uma maneira diferente do que penso hoje.

Só aceitaria ser hétero, digamos assim, se me fosse o dado a certeza que seria o mesmo sujeito tolerante com o fato dos outros terem a liberdade de viver sua vida conforme queiram.

A liberdade é um valor quase absoluto porque limitada pelos ditames constitucionais.

Mas a vida humana pra mim, essa sim, é um valor absoluto para o qual não aceito tergiversações.

Sou, terminantemente, contra a pena de morte, seja lá qual crime você cometesse.

E ser a favor da vida me faz, por exemplo, também ser contra o aborto.

Nisso, não só estou do lado, como entendo, perfeitamente, a posição da Igreja Católica sobre o aborto.

Juro que não entendo grupos como o tal “Católicas pelo direito de decidir”.

Decidir o que? Decidir se tira uma vida humana ou não.

Decida se vai ser católica ou não.

Decida se vai usar camisinha ou não.

Supostamente, essa posição seria contraditória com minha defesa da liberdade.

Afinal, essa mulheres que querem ter o direito de abortar, supostamente, estariam apenas exigindo a plena liberdade de decisões sobre seu corpo.

Não, não me parece que essas coisas tão simples, afinal estamos falando de um ser humano, indefeso sim diante da verborragia de mulheres e seus procuradores na Terra.

Não consigo ver as coisas de outro jeito.

Não consigo aceitar que não estamos falando de uma vítima indefesa.

Seguindo o curso natural das coisas ou de Deus (para aqueles que creem), sabe-se que há ali um ser humano sim.

E porque a vida humana pra mim é um direito inviolável, esta não pode ser preterida pela suposta liberdade que todos devem ter também direito de usufruir.

Pra mim, seria simples assim: a vida humana é absoluta e a liberdade não se coloca acima dela.

No fim, essas mortes de homossexuais não me chocam apenas por serem motivadas por um ódio homofóbico.

Me chocam por violarem aquilo que mais prezo: a vida, sem restrições.