Embora
divertido, a afirmação envolve uma falsa verdade.
Porque
se a Parada é supostamente democrática, no Pavilhão da BIENAL há
um muro separando as “bee” fashionistas - finas, ricas e bem
nascidas que vão parar nas salas de desfile, daquelas que vão dar
pinta nos corredores com suas “originalíssimas” criações.
(Dizem
que a Constanza Pascolato é uma papisa da moda, uma referência,
queriam os deuses que isso fosse verdade e não se veria tantos
horrores, mas isso é outra coisa)
Sobre
a Parada: muitas queixas, velhas lamúrias, mas deve vir por aí um
ponto de inflexão, tem que vir.
André
Almada dá o tom do discursos de muitos gays que se ausentam da
Parada: "o
evento perdeu seu glamour”
A bem
da verdade é que o público-alvo da The Week e The Society não vão
pra Parada, afinal como dizem os gays que acompanham o discurso do
Almada: "Muita
gente feia...Gente feia na verdade que dizer gente pobre que saiu da
periferia dessa cidade, pegou o metrô fazendo muito barulho e uma
vez por ano tem a oportunidade de ter a Paulista só pra si”
(Francisco Hurtz, do MixBrasil)
Ou
seja, a Parada é popular demais para um certo tipo de gay. Que tal
transformar numa micareta com blocos, abadás e pipoca?
A
pipoca iria de qualquer forma. E as bichas finas teriam seu lugar
privilegiado, não teriam que se misturar tanto. Aposto que bombaria,
daria os tais 4 milhões que o Datafolha hoje nega.
Por
falar nesse número, eu, preconceituoso que sou, mas não gosto de
ser, que fique claro, vi que o presidente da Associação duvidou do
levantamento da Folha de São Paulo.
O cara é
pai-de-santo, não deve entender muito de método científico.
A
festa tem muito disso, ou seja, é apenas uma festa e tem pouco,
quase nada, de manifestação política mas não duvido do impacto
das sua imagens transmitidas na televisão.
Assisti
a transmissão pelo UOL com mais gente online e era tanto chocho de
gente que não se considerava representada ali, que considerava que
por causa da Parada o preconceito seria maior. Gente
que acha que há um jeito certo de ser gay.
Eu
aposto na liberdade individual, o fato de ser um gay assim ou assado
não quer dizer em hipótese alguma que eu considere que há outras
formas menos legítimas.
Parece
auto-ajuda mas ser você mesmo é sempre desafio.
E
pra mim, quem estava ali, estavam explodindo de si.
Exageros
sempre há mas quem disse a vida não pode ter um tom exagerado.
Pra
mim, ao fim, a Parada é sempre um momento emocionante, simplesmente
porque odiaria se o mundo fosse feito apenas de gente como eu.
Mais cositas sobre a Parada: Reinaldo Azevedo, André Fischer, Tony Goes, Marcelo Cia