A mesma pesquisa citada no post anterior indicava que a aprovação era sempre maior entre os mais jovens e os que tinham ensino superior e menor nos grupos de pessoas mais velhas e nos menos escolarizados.
Supostamente, esses jovens de hoje, seriam os velhos de amanhã e naturalmente a aprovação geral seria maior. No mesmo sentido, a medida em que a proporção de escolarizados aumentasse, aconteceria o mesmo.
Não sei se podemos confiar nisso.
Alguns anos atrás a Anistia Internacional divulgou um estudo que mostrava que o ativismo gay aumentava a homofobia. Faz sentido. O ativismo incita o enfrentamento.
Mas isso funciona pelos dois lados da moeda. Na verdade, creio que parte das nossas conquistas vai passar por um radicalismo ainda maior de visões contrárias.
E é esse radicalismo que pode fazer com que as pessoas comecem a tomar partido de maneira mais clara.
Muitas figuras políticas, em privado, tem posições favoráveis as demandas homossexuais. Mas certa covardia política os impede de defender abertamente posições que podem ameaçar a conquista dos votos mais conservadores.
Mas, certamente, há um limite para essa dissimulação. E esse limite pode depender sim da defesa de posições mais radicais, de um lado ou de outro.
Como já fiz referência o pastor Silas Malafaia vem a público dizer que não existe homofobia. Daí, como vimos, dois irmãos gêmeos são espancados, um deles até a morte, por estarem abraçados e, portanto, "serem gays". A mesma coisa já acontecera com o pai e filho, no interior de São Paulo, algum tempo atrás. O sequelado Bolsonaro vem propor segregação nos bancos de doação de sangue. Vai chegar um ponto sim em que a indiferença não será mais possível.
Para usar um termo caro aos evangélicos, há de chegar o tempo do "chamamento". Inclusive de certos gays que acham que nada disso é com eles.