E o bonde da intolerância veio com força essa semana, hein! A última foi por causa do beijo na imagem. Nem novo ele é, já tinha sido usado na campanha do PSOL em 2012. Daí que um candidato a prefeito desse mesmo partido, em Joinville, decidiu veículo no horário eleitoral.
Bem, veja só, o editor de um dos jornais da cidade, resolveu comentar na sua coluna a propaganda do candidato: "Nojento aquele beijo gay exibido no programa eleitoral do Leonel Camasão, do PSOL. Tão asqueroso quanto alguém defecar em público ou assoar o nariz à mesa. Gostaria de saber qual a necessidade de exibir suas preferências sexuais em público? Para mim isso é tara, psicopatia. No mínimo falta de decoro. E a "figura" quer ser prefeito e se diz jornalista"
Vamos ficar só no jornalismo. O sujeito acha que por ser jornalista ou se dizer como tal, o candidato não poderia ter veiculado tal peça no horário eleitoral.
Já eu me espantei com o fato do colunista ser não apenas jornalista, como também editor do jornal e ter escrito algo que ultrapassa o limite do asco.
Nessa mesma semana, uma tal organização "Pernambuco Pró Vida" fez uma campanha num diário pernambucano afirmando que Pernambuco não queria pedofilia, turismo sexual, exploração sexual de menores e homossexualismo.
Claro que isso não tem nada a ver com Pernambuco ou com os pernambucanos. Alguém se acha no direito de falar por todo o Estado e coloca no mesmo balaio alhos e bugalhos.
Mais uma vez, qual a justificativa do departamento comercial de um jornal impresso aceitar um anúncio tão asqueroso? Que tipo de jornalismo aceita isso? Liberdade de expressão, a força da grana ou opinião compartilhada.
E pra completar o cenário de absurdos, também veio do Sul, um editoral de um jornal de Curitiba que quer tratar da adoção de crianças por casais do mesmo sexo, diz lá: "Conventos, comunidades hippies e uniões de pessoas do mesmo sexo, contudo, podem ser modos de convívio agradáveis para quem neles toma parte, mas certamente não são famílias. Isso é abuso, não adoção"
Bem, todos esses casos estão relacionados com jornalismo e liberdade de expressão. Mas não acho que dar espaço para alguém ofender outras pessoas, como são os três casos, tenha alguma coisa a ver com liberdade de expressão.
Tudo isso é tão asqueroso, ignóbil que tenho vontade de ignorar, convicto de que não dá pra dialogar com esse tipo de gente. Mas, ao mesmo tempo, penso melhor e concluo que é preciso atacar esse tipo de pensamento. Não se pode aceitar esse tipo de agressão passivamente.