terça-feira, 7 de agosto de 2012

E aí, comeu? Não, falta de apetite


Certos produtos culturais me causam preguiça. Isso explica, em parte, porque recusei terminantemente ser, por exemplo, jornalista cultural. A ideia de consumir determinadas "produções' por obrigação profissional sempre me deu nos nervos. 

Algum tempo atrás fiz uma concessão ao ler um livro de Paulo Coelho. Antes era do tipo que dizia: não li e não gostei. Li e continuei a não gostar. Raras vezes me surpreendo positivamente. 


Durante algum tempo sempre achei que a produção do cinema americano me dizia menos coisa do que a produção européia, por exemplo. Puro preconceito. Hoje passei a frequentar cinema toda semana, as vezes, mais de uma vez por semana e por falta de opção acabei assistindo muita coisa hollywoodiana e há diversão honesta nesses filmes. Me agrada toda a produção do Cristopher Nolan sobre o Batman ou do Sam Raimi para Homem-Aranha, além da versão atual do Marc Webb

Enfim, se entro no cinema desarmado posso me divertir, mas há limites que não consigo romper. É o que acontece com o "E aí, comeu?", do Bruno Mazzeo. Essas comédias pra agradar a família brasileira sempre me cheiram a caça-níquel. 

Ah, devo dizer, nada contra quem quer ganhar dinheiro. Para usar uma piadinha de outro filme em cartaz (Para Roma com amor), dinheiro também traz prazer. E muito. Por isso, "Cilada.com" ou "Qualquer gato vira lata" nunca chegaram a ver meu pobre dinheirinho. 

Mas o problema nem chega a ser tanto a maior ou menor honestidade dessas produções mas o fato de que esse é um tipo de humor que não me toca. Não julgo que seja um tipo de humor inferior mas simplesmente é um humor que não me parece engraçado.

O que me lembra algo recorrente na minha vida. Via um vídeo super engraçado no Youtube, como sou uma pessoa que gosta de compartilhar o que tenho de melhor ia sempre mostrar o mesmo vídeo pra alguém da família, era uma cena constrangedora, a pessoa ficava lá assistindo e não esboçava a menor simpatia, ficava esperando a graça e ela não chegava. Depois de algum tempo, desisti. 

E em relação ao Bruno Mazzeo há uma questão pessoal. Mas isso fica pra depois porque isso aqui já está ficando longo.